Contudo, o ser humano só se dá conta da relevância da saúde, quando a perde. O que muitas vezes é tarde demais, e o quadro biopsicossocial do indivíduo passa a ser irreversível, curado a duras penas ou ainda, mesmo que resolvido, deixando sequelas para a vida toda.

 
Isso porque, apesar de bem definida, a percepção de saúde é falha e não nos cuidamos até que algo de errado fique em evidência a ponto de atrapalhar ou limitar o cotidiano. Por exemplo, a síndrome de burnout (exaustão extrema, em que o corpo “desliga” suas funções físicas e cognitivas para se recuperar forçosamente) não se constrói do dia para noite. Vários sinais biológicos, psicológicos e sociais são mostrados ao longo de anos. Dores constantes nas costas e pescoço sem razão aparente, insônia, disfunções gastrointestinais constantes, irritabilidade, dificuldade de relacionar-se profissional e familiarmente etc. Esse quadro de stress constante que o ser humano contemporâneo sustenta por anos a fio, é uma das grandes causas das síndromes de burnout e/ou do desencadeamento de outras doenças cardiovasculares, depressão e mesmo o câncer.

É claro que existem os fatores genéticos, mas talvez uma doença mais grave, prevista para eclodir aos seus 90 anos, se antecipe para os 60, pelo simples fato de você acelerar o envelhecimento das células (reflexo de noites mal dormidas, ansiedade, alimentação pobre em nutrientes etc.).

 
Acredito, que a expectativa de vida, do ser humano possa ser alongada em muitos anos, desde que estejamos atentos a sustentar a saúde e não em tratá-la quando já está degradada. O alargamento do tempo de vida já foi extremamente estendido com advento das medidas higiênicas e sanitárias, desenvolvimento de medicamentos e avanços tecnológicos na medicina. Atualmente, vive-se em média 12 anos a mais do que se vivia em 1940.

 
O próximo passo é a atenção integral à saúde. Não apenas para expandir o tempo de vida, mas também para chegar a idades mais avançadas com plena funcionalidade do corpo e da mente. Entender que somos impactados, a todo instante, por nossa alimentação, movimentação corporal, estímulos mentais e emocionais, relacionamentos que construímos e vivenciamos.

 
Veja o exemplo do caso da Simone Biles nas olimpíadas de Tokyo 2020/2021. Em seu ápice de performance física, sua mente fragilizada por toda a pressão e expectativas, prejudicou toda uma preparação de mais de 5 anos. Da mesma forma, Steve Jobs, com um intelecto brilhante, mas com baixa habilidade social, constante pressão e descuido com sua nutrição, desenvolveu enfermidades que o levaram ao falecimento precoce aos 56 anos.

 
Não é tarde para começar a mudar o seu estilo de vida para viver mais e melhor. Bill Gates fala em seu documentário, que gostaria de ter compreendido a importância do cuidado com a saúde (alimentação, descanso, cuidado com a mente e relacionamentos sociais) mais cedo. Ele acredita que com isso, teria realizado e conquistado ainda mais do que já construiu até hoje.

 
E aí, vai dar atenção a sua saúde apenas quando não a tiver mais?