DeRose Alphaville
Estamos On-line:

Empatia? É fácil! Será?

por Gustavo Mascarenhas

Imagem
Nos últimos tempos a empatia vem sendo muito mencionada no mercado de trabalho, no meio acadêmico e praticamente já é senso comum entre as pessoas.

O interessante é que se a compreendermos melhor, poderemos certamente avançar muito em qualquer área de nossas vidas, mesmo porque a empatia só existe quando uma pessoa se relaciona com outra, e lidamos com outros seres humanos em quase todos os âmbitos e situações durante a nossa existência.

É comum ouvir a seguinte descrição do significado desta palavra: empatia é conseguir entender o que o outro pensa, ou, ver com os “olhos” daquela pessoa. Esse modelo de explicação está correto, entretanto diz respeito somente a uma forma chamada de “empatia cognitiva”, segundo Daniel Goleman.

Há ainda, segundo ele, outros dois tipos: a empatia emocional e o interesse empático. A primeira é mais óbvia e está também bastante difundida, ela quer dizer: sentir o que o outro sente. Parece simples, não é? E a segunda é um desdobramento da primeira, pois é a habilidade de perceber o que o outro quer de você. Também não parece lá grande coisa, mas para além destas definições e classificações, o que precisamos entender bem é: como ela funciona, por que é importante e quais os limites. Vamos falar mais sobre as duas primeiras.

Numa relação de qualquer natureza entre dois humanos pode existir conexão ou não. É fácil de perceber quando uma pessoa está desconectada, por exemplo. Pense em uma reunião de trabalho, sabe quando você nota que uma das pessoas está distraída ou fazendo alguma outra coisa ao invés de prestar atenção e acaba por não contribuir para a resolução do tema ou mesmo por falar algo completamente sem nexo ao lhe questionarem? Pois bem, só é possível, portanto, exercer efetivamente esta habilidade quando você se liga, se conecta e entra em real contato com o outro, com muita atenção.

Talvez esta pessoa do exemplo acima, não tenha a empatia cognitiva bem desenvolvida, mas se ela se mantiver focada na explicação, olhar nos olhos da pessoa que está explanando e evitar ao máximo as distrações, ao desejar se conectar haverá uma ligação, e quanto mais ela fizer estes exercícios, melhor ficará e conseguirá compreender de forma cada vez mais ampla e profunda os pensamentos alheios. Imagine o quanto esta pessoa pode crescer em seu trabalho desta forma.

E quanto às emoções? Bem, estas costumam ser mais complicadas por si só e também pelo fato de ao nos vincularmos emocionalmente ocorrer um fenômeno de “sentir na sua própria pele” os sentimentos expressados pelo outro. É bem agradável nos contagiarmos com a alegria de alguém, no entanto quando a pessoa está com algum sentimento muito pesado e negativo, aí muita gente se afasta para não se “contaminar”. Fato é que se seu amigo, por exemplo, está muito triste pela morte de um parente, e você percebe no tom de voz, na expressão do seu rosto e na forma como está agindo, sem ânimo, já há uma certa empatia inicial. E ao resolver dar-lhe apoio, ouvir sem julgar, entristecer-se e até chorar com ele, você estará realmente aplicando bem neste aspecto emocional.

Por fim faltaram os limites. O limite é você quem estabelece. É muito importante que esteja bem claro que as conexões podem ser feitas e desfeitas. A medida é o bem-estar e o bom senso. Se aquela pessoa do trabalho acaba se conectando demais com os pensamentos dos outros, pode ficar meio sem criatividade por exemplo. E você que se conectou com seu amigo e após aquele momento está se sentindo muito tristonh(a)(o), talvez precise distinguir bem dentro de você o que é seu sentimento e o que é uma emoção do outro, e assim cada um fica com o que é seu.

No final das contas, a empatia é fundamental para evoluirmos como pessoas. Se você se interessou procure formas de desenvolver melhor a sua. O Fórum Econômico Mundial indicou a empatia como imprescindível de ser desenvolvida até 2020, então empatize-se logo!

Fontes: Harvard Business Review Press, Inteligência Emocional – Empatia. Site da CIESP. Foto: https://meetime.com.br/blog/vendas/empatia-em-vendas/..

21/09/2020